Um conto de Simón Díaz
Todos os povados têm sua praça Bolívar, este que eu digo
também tem-la. Quando um povado nasce só sem que ninguém o funde, fazem- lhe a pracinha
depois. Para fundá-lo procuram sempre que seja muito perto de um rio pra ter o agua
lí mesmo. Chega um senhor aí e traça um área a mais ou menos 10.000 metros
quadrados, isto é, cem pelo cada lado.
A igreja vai aqui, a
jefatura pa'cá, a Casa Municipal por aquí, este lote pa' você, este pa' ti, e este outro pa' vocês, e a viver e a trabalhar tranquilos. Mas quando
não se
funda sina que nasce sosinho,
então a prefeitura compra ou expropia
o terreno e
faz a praça e põe- lhe o nome,
como homenagem ao pai da pátria, Praça Bolívar.
A esta pracinha, que tinha em todo o meio um pedestal com um
busto do Libertador, entrava todos os días um burrinho a se comer a palhinha
que nascia ali. Quando alvorecía no dia, você via ao burrinho fixo na praça
familiarizado com a estátua que até se arranhaba o lombo com ela.
Um dia, que o burrinho entrou à praça como sempre a comer palhinha,
de repente ao ver a estátua, se jogou uma assustada e saiu da praça espavorido
correndo a milhão por hora rumo ao rio com o rabo levantado e volteando não vás ser e que o viessem seguindo. A toda
a velocidade entrou ao rio e cruzou-o nadando e mugiendo que todos os animais
que o viam achavam que se tinha voltado louco, e assim fugiu pela planície adentro
que mais nunca se soube dele.
O que passou era que lhe tinham mudado a estátua por uma
ecuestre e quando ele viu ao cavalo se assustou e correu. Você não vê que os
donos de fazendas para conseguir mulas, que são muito trabalhadoras, o que
fazem é apaixonar aos burros com as yeguas, e bom, este conto o sabe o cavalo,
e também o burro sabe que o cavalo o sabe e não quer pra nada brigar com o
cavalo. Você não vê que há um ditado popular que diz "Deus
não lhe dá cacho a burro", mas permite que lhos ponham ao cavalo.
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